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Doenças mentais podem estar sendo causadas por Toxina, Parasita, novo Vírus ou Alimentos
Em alguns episódios do seriado de ficção científica Arquivo X, pessoas comuns são levadas a loucura por toxinas, alimentos transgênicos, parasitas ou vírus. Agora um cientista sugere que a palavra "ficção" talvez não se aplique ao que causa a loucura. E não é um cientista qualquer. O livro inclui a caça às bruxas de Salem e os movimentos "de limpeza étnica" como sintomas dessa praga, possivelmente biológica.

                                                                                                                                           Dieta pode afetar saúde mental


 

 
Em um livro lançado  nos Estados Unidos, o Dr. E. Fuller Torrey, 65, psiquiatra que desenvolve uma pesquisa no Hospital Psiquiátrico Sheppard Pratt Health System de Baltimore e em um outro hospital em Addis Ababa (Etiópia), afirma que as doenças mentais podem estar sendo causadas por um novo vírus, ainda não detectado, por toxinas liberadas em centros urbanos ou até pela mudança nos hábitos alimentares, devido a algum componente industrializado ainda não compreendido.

O livro afirma que a esquizofrenia, a depressão psicótica e outras doenças maníaco-depressivas aumentaram cinco vezes desde o século 18, sem razão clara.

"Importante e provocativo. Ao insistir na realidade biológica da insanidade, os autores desafiam a tendência atual em entender o conceito de doenças mentais e instituições mentais como um tipo de cárcere de indivíduos não-produtivos, para forçar um tipo de hegemonia capitalista", defende Gerald N. Grob, autor de The Mad Among Us: A History of the Care of America's Mentally Ill (Loucos Entre Nós: Uma história dos Cuidados com os Doentes Mentais na América).

Segundo o Dr. Deusvenir de Souza Carvalho, autor de O Mito da Cefaléia Psicogênica, Médico Especialista em Neurologia e Eletrencefalografia da Universidade Federal de S. Paulo, UNIFESP/EPM, revisor científico da edição brasileira do livro Transforme Seu Cérebro, Transforme Sua Vida, em declaração ao Relatório Alfa, a hipótese de que o agente causador do incremento das doenças mentais seja ambiental possui lógica.

O Dr. Deusvenir afirma que não pode avaliar detalhadamente esta hipótese por não ter lido os estudos ou o livro, mas não descarta que possa estar correto. Ele cita um exemplo disso:

"Depois de muitos anos de estudo ficou claro que houve uma relação direta entre o aumento do Mal de Parkinson, nos Estados Unidos, e o uso de fungicidas à base de manganês nas plantações. Isso é uma prova de que alterações ambientais podem, efetivamente, provocar distúrbios no cérebro humano e, de certa forma, corrobora essa hipótese. Mas, como cientista, preciso ter acesso aos dados e aos procedimentos usados pelo Dr. Fuller Torrey, antes de dar aval ao livro".

 
A REAÇÃO NO EXTERIOR     

Recebido com reservas nas primeiras semanas, o livro acabou ganhando elogios da maioria dos médicos, psiquiatras e especialistas que o resenharam, invertendo a posição da comunidade médica e alertando grupos que consideram haver fatores desconhecidos interferindo na mente das populações.

No livro "A Praga Invisível: O Crescimento das Doenças Mentais de 1750 até o Presente" (The Invisible Plague: The Rise of Mental Illness from 1750 to the Present), publicado pela Rutgers University Press e co-escrito com sua assistente Judy Miller, o cientista afirma que as doenças mentais quintuplicaram nos últimos dois séculos e que, após mais de três décadas de pesquisas, os fatores imaginados como sendo as causas deste crescimento -- basicamente a teoria Freudiana e o determinismo genético -- não se mostraram verdadeiros.

                                        

ARQUIVO X REAL?
 

 

Torrey não é um garoto de 15 anos com uma teoria esdrúxula baseada no episódio de algum seriado de ficção científica. Na verdade ele tem 65 anos, é autor de dezesseis livros sobre doenças mentais (incluindo o premiado Surviving Schizophrenia and The Roots of Treason, considerado um dos cinco melhores livros de 1983 pelo Ciclo Nacional de Críticos Literários - EUA), e é professor na Uniformed Services University em Bethesda, Maryland, Estados Unidos. Entre 1970 e 1975 ele foi assistente especial do diretor do Instituto Americano Nacional de Doenças Mentais, sendo atualmente diretor executivo da Stanley Foundation.

Em mais de 40 anos de pesquisas Torrey arrebanhou uma legião de desafetos mas suas pesquisas sempre acabaram aprovadas (ele testa exaustivamente suas hipóteses). Seu conservadorismo científico atrelado a sua "rebeldia" conceitual o tornaram uma lenda em seu campo.

Depois de verificar que o número de doentes mentais pulou de 0,6 a cada mil para 5,0 a cada mil pessoas nos últimos 200 anos, Torrey colocou contra a parede duas teorias que eram amplamente aceitas. E lançou hipóteses preocupantes.


ENTRE FREUD E GATACA, TORREY FICA COM MULDER
 

 

"Não há absolutamente nenhuma evidência científica de que as teorias de Freud sobre esquizofrenia e as causas ligadas às experiências sexuais na infância sejam reais" afirmam Torrey e Miller.

A "escola Freudiana" defende que vários dos problemas mentais dos adultos surgem em decorrência de experiências na infância, a maioria de conotação sexual. Apesar de não terem respaldo científico, tais teorias seduzem a mídia e grande parte do público exatamente pelo aspecto sexual dos conceitos.

O outro lado da moeda é a chamada "escola Gataca", que defende que os distúrbios mentais são resultados de problemas genéticos. Os defensores dessa teoria têm se tornado mais populares devido ao (controverso) sucesso de drogas como o Prozac. Há, também, estudos que ligam alguns genes a doenças mentais específicas.

"Nada disso explica o gritante aumento no número de doentes mentais nos últimos 200 anos", argumenta o Dr. Torrey. Segundo o médico, os defensores de Freud não são cientistas (ele chega a comparar a escola Freudiana com uma religião, onde qualquer dado científico discordante é desprezado, enquanto qualquer informação não-científica que auxilie sua defesa é agregada); do mesmo modo, explica que há realmente genes ligados a certas doenças mentais, mas que tal "determinismo genético", neste caso, não existe. "As doenças mentais são mesmo influenciadas por tendências genéticas, mas estes genes não são controladores supremos e não determinam nada". Como prova, ele descreve casos de gêmeos "idênticos" que diferem enormemente no grau de qualquer doença mental.

 

Além disso, se os defensores do determinismo genético estivessem certos deveria ter havido uma queda no número de esquizofrênicos e maníaco-depressivos, já que desde a metade do século 19 até a metade do século 20 a maioria das pessoas diagnosticadas com esquizofrenia ou doenças maníaco-depressivas (nas áreas estudadas) eram mantidas em asilos na maior parte da sua vida reprodutiva. Mesmo com uma procriação muito baixa (e, portanto, com a transmissão de seus genes drasticamente reduzida) essas doenças aumentaram cinco vezes. As pesquisas de Torrey se restringiram aos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Irlanda.

                                                    

UM PARASITA? UM VÍRUS? UMA TOXINA?

A melhor explicação, defende o livro, é que um agente infeccioso desconhecido e/ou alguma alteração de origem biológica ou ambiental "tais como mudanças na dieta humana ou exposição a toxinas" estejam provocando as doenças mentais. Um vírus, provavelmente de origem natural, ou um parasita, podem estar se reproduzindo em densas áreas urbanas e atingindo um número cada vez maior de pessoas.

Os números do livro indicam que o índice de doenças mentais é muito menor em áreas rurais, mas isso não significa que o "caos urbano" seja a razão dos distúrbios. Os autores argumentam que um parasita ainda não detectado pode estar se reproduzindo mais facilmente em grandes cidades e contaminando as pessoas.

Para testar a hipótese de que as doenças mentais (ou, o aumento delas) podem estar sendo causadas por vírus ou parasita, o Dr. Torrey está trabalhando com um grupo de 100 voluntários nos Estados Unidos e em Addis Ababa, na Etiópia, que são tratados com antivirais. Os resultados ainda não estão prontos.

Podem estar certos os índios americanos quando dizem: "A Natureza vinga-se do Homem, quando este usurpa seu território".

 

 

            

 


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